Ana Rosa Gattorno Rosa Maria Benta Gattorno nasceu em Gênova,
Itália, no dia 14 de outubro de 1831. Pertencia a uma família de boas condições
financeiras, de bom nome na sociedade e de profunda formação cristã. No pai
Francisco e na mãe Adelaide, como os outros cinco filhos, encontrou os primeiros
essenciais formadores de sua vida moral e cristã.
Em 1852, aos vinte e um
anos de idade, Rosa casou-se com Jerônimo Custo e transferiu-se para Marselha,
França. Por motivos financeiros, a família viu-se obrigada a retornar a Gênova,
com três filhos. A sua primeira filha, Carlota, afetada de repentina
enfermidade, ficou surda-muda para sempre; e apesar da alegria de outros dois
filhos, ela foi novamente abalada com o falecimento do esposo, após seis anos de
matrimônio, e pouco tempo depois, com a morte do seu último filho.
Estes
acontecimentos marcaram a sua vida e levaram-na a uma mudança radical, a que ela
chamara "a sua conversão", isto é, à entrega total ao Senhor. Orientada pelo seu
confessor, emitiu de forma privada os votos perpétuos de castidade e obediência,
precisamente na festa da Imaculada Conceição de 1858, e depois, como terciária
franciscana, professou também o voto de pobreza. Viveu intimamente unida a
Cristo, recebendo a comunhão todos os dias, privilégio que naquele tempo era
pouco comum. Em 1862 recebeu o dom dos estigmas ocultos, percebidos mais
intensamente nas sextas-feiras.
Num clima de intensa oração, diante de
Jesus Crucificado, recebeu a inspiração de fundar uma congregação religiosa:
"Filhas de Santa Ana, Mãe de Maria Imaculada", em Piacenza. Depois de um
profundo diálogo com o Papa Pio IX, por ele recebeu a confirmação de sua missão
de Fundadora. Vestiu o hábito religioso em 1867, tomando o nome de Ana Rosa e
após três anos emitiu a profissão, com outras doze religiosas.
Com esta
fundação, realizou muitas obras de atendimento aos pobres e doentes, às pessoas
sozinhas, anciãs e abandonadas; cuidou da assistência às crianças e às jovens,
proporcionando-lhes uma instrução religiosa e adequada, a fim de as inserir no
mundo do trabalho. Assim, foram abertas muitas escolas para a juventude pobre e
a promoção humano-evangélica, segundo as necessidades mais urgentes da
época.
A menos de dez anos da fundação a congregação recebeu a aprovação
definitiva, em 1879. Porém, o Regulamento só o foi em 1892. Muito estimada e
considerada por todos, colaborou em Piacenza também com o bispo, monsenhor
Scalabrini, hoje beato, sobretudo na Obra fundada por ele, a favor dos
surdo-mudo.
Sofreu inúmeras provas, humilhações, dificuldades e
tribulações de todo o gênero, mas sempre confiou em Deus e, cada vez mais,
atraía outras jovens para o seu apostolado. Assim, a congregação difundiu-se
rapidamente na Itália, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Eritreia, França e
Espanha.
Ana Rosa Gattorno faleceu no dia 06 de maio de 1900, muito
debilitada dois dias depois de contrair uma forte influenza, na Casa mãe de
Piacenza. A congregação, nesse período, já contava com trezentas e sessenta e
oito Casas nas quais desenvolviam as suas missões três mil e quinhentas
religiosas. Ela foi beatificada pelo Papa João Paulo II no ano
2000.
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