Santo Atanásio – Sexta-feira 02/05/2014
1 SEXTA FEIRA DO MÊS
Primeira Leitura (At 5,34-42)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias, 34um fariseu chamado Gamaliel, levantou-se no Sinédrio. Era mestre da Lei e todo o povo o estimava. Gamaliel mandou que os acusados saíssem por um instante.
35Depois disse: “Homens de Israel, vede bem o que estais para fazer contra esses homens. 36Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram, e nada restou.
37Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele morreu e todos os seus seguidores se dispersaram. 38Quanto ao que está acontecendo agora, dou-vos um conselho: não vos preocupeis com esses homens e deixai-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. 39Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” E os membros do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel.
40Chamaram então os apóstolos, mandaram açoitá-los, proibiram que eles falassem em nome de Jesus, e depois os soltaram. 41Os apóstolos saíram do Conselho muito contentes por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus. 42E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e anunciar o evangelho de Jesus Cristo.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Responsório (Sl 26)
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
— O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu temerei?
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor.
— O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu temerei?
— Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
Evangelho (Jo 6,1-15)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
— Palavra da Salvação.
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. 2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. 3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos. 4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” 6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?” 10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes. 12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. 14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”. 15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Reflexaõ do Evangelho
Que nossa refeição seja sagrada, que seja o lugar do nosso encontro com Deus e da partilha do que temos com os que não têm, e da multiplicação das graças e das bênçãos de Deus em nossa vida!
”Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes” (João 6, 11).
JESUS SABIA QUE O POVO ESTAVA FAMINTA POR ISSO NÃO QUIS MANDAR EM BORA
Nós, hoje, estamos contemplando a primeira multiplicação dos pães; estamos ainda no contexto da Páscoa e a cada dia temos uma palavra diferente, tirada de várias partes das Sagradas Escrituras e não uma leitura sequencial de textos para nos ajudar a viver o mistério pascal em nossa vida. Por que esse milagre de Jesus da multiplicação dos pães e a multiplicação dos peixes está nesse contexto pascal? Sabem por quê? Porque nós encontramos Jesus ao partir o pão, a repartir o pão.
Primeiro, nós O encontramos assim como os discípulos O encontraram, depois de ressuscitado, o Senhor se manifestou a eles na refeição sagrada. Na cultura judaica, cada refeição, é um momento muito sagrado, é um momento de agradecer, de louvar a Deus pelos dons da criação, pelo alimento e, por isso, a refeição é feita com oração. E como a oração deve estar presente em cada refeição, porque a mesa e a refeição que fazemos é o momento sagrado da presença de Deus no meio de nós.
Por isso, ao nos sentarmos à mesa, nós devemos agradecer a Deus pelo pão de cada dia. Como nossas famílias e nossas casas precisam retomar esse sentido sagrado do alimento e do momento das nossas refeições! Estou convidando você para que, nesse tempo da Páscoa, retome isso em sua casa e em sua família: seja na hora do café, do almoço, do jantar, não faça refeição dando mais atenção à televisão ou a outras coisas ou em cima do telefone. Hoje nós somos dominados pelas máquinas, pelas tecnologias, as pessoas colocam um prato de comida na mão, colocam o telefone na outra mão e seguram o controle da televisão com outra. Comemos, bebemos, falamos ao telefone, digitamos no telefone celular, escutamos a televisão e não fazemos comunhão com quem está ao nosso lado, muito menos com Deus que está no meio de nós!
Na hora sagrada da refeição, primeiro em oração, depois em comunhão com quem está conosco e em comunhão com Deus, para que esse momento seja muito sagrado, para que Deus multiplique o pão que põe em nossa mesa e na mesa daqueles que não têm o que comer, para que não permitamos que nada sobre, nem desperdicemos nada acima de tudo.
Como é triste um pai e uma mãe colocar a comida para uma criança e ela comer uma ou duas colheres e depois jogarem a comida fora. Desperdiçar comida é um atentado grave à providência de Deus e uma ofensa àqueles que não têm o que comer!
Que nossa refeição seja sagrada, que seja o lugar do nosso encontro com Deus e da partilha do que temos com os que não têm, e da multiplicação das graças e das bênçãos de Deus em nossa vida!
Jesus olha para o povo e senti compaixão e realiza o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes
JESUS DIZ: FAZEI SENTAR AS PESSOAS ? ELE MULTIPLICOU PARA MAIS OU MENOS CINCO MIL HOMENS SOBRARÃO AINDA PEDAÇOS QUE QUE DEU PARA ENCHER CESTOS COM 12 RESTOS DAS SOBRAS .JESUS REALIZOU ESTE MILAGRE PARA PROVAR QUE ELE É O FILHO DE DEUS ALTÍSSIMO
SANTO ATANÁSIO
Embora
tenha sido adotado como um santo, pela Igreja Católica Romana, e também
considerado um dos trinta e três doutores desta igreja, Atanásio de
Alexandria (298 – 373) nos deixa o legado de um defensor da fé
evangélica.
Comprometido em defender a divindade de Cristo e a suficiência das Escrituras, contra as tradições religiosas, (...), ele demonstra o que é "pelejar pela fé que uma vez foi entregue aos santos". Ao considerar sua vida, vemos que ele nunca foi católico.Nascido no Egito, na cidade de Alexandria, e filho de pais moderadamente ricos, Atanásio gozou de uma ótima educação secular. Embora fosse bem educado nas ideias e filosofias da sua época, Atanásio confessou que a sua educação na fé cristã foi de melhor proveito para ele. Em várias cartas autobiográficas, ele testemunha que seu pai, sua mãe e uma tia foram usados por Deus a ensinar-lhe o caminho da fé.
Frequentou, em sua meninice e adolescência, uma das principais igrejas em Alexandria, pastoreada pelo respeitado Alexandre. Logo, vendo a sua aptidão com as Escrituras, a diligência nos estudos (já aos 21 anos Atanásio era autor de dois livros: um sobre a encarnação de Cristo, e em outro fez uma comparação entre os deuses pagãos do Egito e as belezas de Cristo), e a sua fidelidade na obediência cristã, Alexandre pediu a Atanásio que fosse seu assistente no ministério. Com a morte de Alexandre, em 328, Atanásio foi chamado a ser o pastor da igreja em Alexandria.
No seu pastorado em Alexandria – um ministério a que ele foi dedicado e fiel até que faleceu, 47 anos depois – Atanásio se viu de frente com dois grandes problemas. O primeiro era a heresia ariana. Ário, um velho e respeitado filósofo, ensinou que havia apenas um Deus - o “Pai Eterno” - e que este Deus criou Cristo, fazendo-o parecido a Si mesmo, mas sendo apenas uma criação. Os arianos gostavam de dizer que Cristo era parecido com o Pai Eterno, mas não era propriamente divino nem eterno.
O segundo problema era a intervenção do império Romano em assuntos eclesiásticos e doutrinários. Tão influentes eram os arianos que logo convenceram o Imperador Constantino de que tanto Atanásio como os outros que defendiam a divindade de Cristo eram perigosos e subversivos ao império Romano. Logo, os arianos influenciaram Constantino (e alguns dos imperadores que vieram após Constantino) a tentar proibir que Atanásio continuasse como pastor em Alexandria.
Embora tenha sido exilado quatro vezes, por um total de 17 anos, Atanásio se dedicou a pastorear sua igreja em Alexandria. Enquanto não vinham soldados para levá-lo preso, seu ministério era público. Uma vez que enfrentava perseguição e ameaças de morte, os membros de sua igreja ajudavam a escondê-lo, pedindo até que pregasse em cultos secretos, se fosse necessário. Quando os Arianos se mostravam perigosos demais, ele se escondia no deserto ou em cemitérios, para poder continuar a ministrar aos seus membros e escrever os tratos e livros teológicos que defendiam a verdade bíblica acerca da divindade de Cristo.
Por quase 50 anos, Atanásio – muitas vezes sozinho na defesa da doutrina da trindade – batalhou contra a heresia ariana, respondendo aos argumentos filosóficos dos arianos com exposição bíblica. Quando faleceu, aos 77 anos, não só deixou para nós um acervo de munição teológica para combater as heresias do arianismo de hoje em dia (tais como os testemunhos de Jeová), mas também viu com satisfação o começo de um avivamento de conhecimento da doutrina da trindade que logo viria a espalhar-se pelo império Romano, e além!
A vida e exemplo de Atanásio nos deixa várias lições.
Para ser pastor, é necessário ser pastoreado. Antes de Atanásio virar um gigante da ortodoxia, ele passou quase uma década sendo guiado e educado pela instrução e exemplo de Alexandre, um fiel pastor. Mesmo depois da morte de Alexandre, e tendo assumido o pastoreado da igreja em Alexandria, Atanásio estava sempre ciente de que era sujeito ao Sumo Pastor das ovelhas.
Infelizmente, hoje em dia, há muitos pastores que tomaram este cargo para si mesmos, sem serem membros fiéis e com pouco interesse em obedecer a Cristo no pastoreado. Mark Driscoll, pastor da mega-igreja Mars Hill Church, admite que antes de pastoreá-la, nunca tinha sido membro de uma igreja qualquer – e a sua conduta como “executivo e presidente” desta igreja demonstra esta falta de conformidade às escrituras.
O mandamento de Paulo em 2 Timóteo 2:2, “e o que de mim ouviste de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”, foi importantíssimo para a educação de Timóteo, de Atanásio, e de pastores fiéis até aos dias de hoje.
A obra do ministério e o seguir a Cristo requerem sacrifícios. Devido à perseguição do Império Romano e dos arianos, Atanásio jamais casou nem possuiu bens materiais. Mas dedicou-se inteiramente à defesa da verdade e a sua igreja. Gregório de Nazianzus, lembrando Atanásio e o seu ministério, nos diz:
"Alguns irão elogiá-lo por seus jejuns e orações; outros, por seu zelo em vigílias e salmodia; outros, pela sua ajuda aos necessitados; outros, por sua coragem perante os poderosos, ou a sua condescendência com os humildes... Ele era a consolação dos infelizes, o apoio àqueles de cabelos grisalhos, o instrutor de jovens, o recurso dos pobres, o mordomo dos ricos. Mesmo as viúvas louvarão o seu protetor; os órfãos, seu pai; até mesmo os pobres bendirão seu benfeitor; os viajantes e estrangeiros, o seu anfitrião; os irmãos, um homem de amor fraternal; os doentes, seu médico.”
Outra vez, no meio de um culto, soldados do império chegaram para levá-lo preso. Com a chegada dos soldados, os crentes presentes entraram em pânico. Atanásio se recusou a fugir até que teve a certeza que os membros de sua igreja tinham escapado e estavam salvos.
As religiões falsas – tais de Joel Osteen, do Papa Bento XVI e de Silas Malafaia – são religiões em que os pastores e líderes perseguem riquezas e confortos mundanos. Atanásio nos mostra que, assim como o Apóstolo Paulo, perseguição, sacrifício e sofrimento são realidades que devem ser abraçadas.
Ser fiel às Escrituras e a Deus requer defender proposições doutrinárias. John Piper nos lembra, em sua biografia de Atanásio, que, para ser fiel às Escrituras e amar a Cristo, devemos defender doutrinas proposicionais sobre Cristo. Hoje em dia, há muitos que rejeitam a necessidade de estruturas doutrinárias, preferindo apenas “crer na Bíblia”. Porém, o arianismo na época de Atanásio, e os testemunhas de Jeová de hoje, usaram e continuam a usar a Bíblia erradamente para defender e propagar suas doutrinas falsas.
Doutrina – tanto em geral (como o Calvinismo), quanto especificamente (como a doutrina de eleição ou da trindade) – é necessária para comunicar e ensinar verdades bíblicas. Ortodoxia doutrinária é uma função de diligência em estudar e entender a Bíblia. Atanásio escreveu comentários bíblicos e nos deu uma das primeiras formulações de Teologia Sistemática em sua defesa da divindade de Cristo. O raciocínio e a pedagogia, quando servos das Escrituras, são aliados poderosos – e apropriados – na luta contra a heresia.
Homens são falhos. Da vida de Atanásio também podemos aprender que homens são falhos. Por mais que Atanásio fosse fiel em defender a divindade de Cristo, foi ele que ajudou a popularizar a expressão “theotokos”, traduzido como “portadora de Deus” ou, menos literalmente, “mãe de Deus” referindo-se a Maria, mãe de Cristo. Embora saibamos que Atanásio não venerava Maria, seu uso casual desta frase e a sua falta de explorar este conceito biblicamente facilitou o desenvolvimento da mariologia e mariolatria, em tempos seguidos.
Homens são sempre falhos. Assim como Atanásio, e por mais que amamos a João Calvino por sua formulação doutrinária e defesa bíblica da soberania de Deus na salvação, reconhecemos que ele também era falho e imperfeito. Por mais que amamos (e devemos amar!) os nossos pastores, reconheceremos que eles são sempre humanos e falhos.
Em relação a isto, Atanásio estaria entre os primeiros a nos afirmar que apenas Cristo é perfeito.
Comprometido em defender a divindade de Cristo e a suficiência das Escrituras, contra as tradições religiosas, (...), ele demonstra o que é "pelejar pela fé que uma vez foi entregue aos santos". Ao considerar sua vida, vemos que ele nunca foi católico.Nascido no Egito, na cidade de Alexandria, e filho de pais moderadamente ricos, Atanásio gozou de uma ótima educação secular. Embora fosse bem educado nas ideias e filosofias da sua época, Atanásio confessou que a sua educação na fé cristã foi de melhor proveito para ele. Em várias cartas autobiográficas, ele testemunha que seu pai, sua mãe e uma tia foram usados por Deus a ensinar-lhe o caminho da fé.
Frequentou, em sua meninice e adolescência, uma das principais igrejas em Alexandria, pastoreada pelo respeitado Alexandre. Logo, vendo a sua aptidão com as Escrituras, a diligência nos estudos (já aos 21 anos Atanásio era autor de dois livros: um sobre a encarnação de Cristo, e em outro fez uma comparação entre os deuses pagãos do Egito e as belezas de Cristo), e a sua fidelidade na obediência cristã, Alexandre pediu a Atanásio que fosse seu assistente no ministério. Com a morte de Alexandre, em 328, Atanásio foi chamado a ser o pastor da igreja em Alexandria.
No seu pastorado em Alexandria – um ministério a que ele foi dedicado e fiel até que faleceu, 47 anos depois – Atanásio se viu de frente com dois grandes problemas. O primeiro era a heresia ariana. Ário, um velho e respeitado filósofo, ensinou que havia apenas um Deus - o “Pai Eterno” - e que este Deus criou Cristo, fazendo-o parecido a Si mesmo, mas sendo apenas uma criação. Os arianos gostavam de dizer que Cristo era parecido com o Pai Eterno, mas não era propriamente divino nem eterno.
O segundo problema era a intervenção do império Romano em assuntos eclesiásticos e doutrinários. Tão influentes eram os arianos que logo convenceram o Imperador Constantino de que tanto Atanásio como os outros que defendiam a divindade de Cristo eram perigosos e subversivos ao império Romano. Logo, os arianos influenciaram Constantino (e alguns dos imperadores que vieram após Constantino) a tentar proibir que Atanásio continuasse como pastor em Alexandria.
Embora tenha sido exilado quatro vezes, por um total de 17 anos, Atanásio se dedicou a pastorear sua igreja em Alexandria. Enquanto não vinham soldados para levá-lo preso, seu ministério era público. Uma vez que enfrentava perseguição e ameaças de morte, os membros de sua igreja ajudavam a escondê-lo, pedindo até que pregasse em cultos secretos, se fosse necessário. Quando os Arianos se mostravam perigosos demais, ele se escondia no deserto ou em cemitérios, para poder continuar a ministrar aos seus membros e escrever os tratos e livros teológicos que defendiam a verdade bíblica acerca da divindade de Cristo.
Por quase 50 anos, Atanásio – muitas vezes sozinho na defesa da doutrina da trindade – batalhou contra a heresia ariana, respondendo aos argumentos filosóficos dos arianos com exposição bíblica. Quando faleceu, aos 77 anos, não só deixou para nós um acervo de munição teológica para combater as heresias do arianismo de hoje em dia (tais como os testemunhos de Jeová), mas também viu com satisfação o começo de um avivamento de conhecimento da doutrina da trindade que logo viria a espalhar-se pelo império Romano, e além!
A vida e exemplo de Atanásio nos deixa várias lições.
Para ser pastor, é necessário ser pastoreado. Antes de Atanásio virar um gigante da ortodoxia, ele passou quase uma década sendo guiado e educado pela instrução e exemplo de Alexandre, um fiel pastor. Mesmo depois da morte de Alexandre, e tendo assumido o pastoreado da igreja em Alexandria, Atanásio estava sempre ciente de que era sujeito ao Sumo Pastor das ovelhas.
Infelizmente, hoje em dia, há muitos pastores que tomaram este cargo para si mesmos, sem serem membros fiéis e com pouco interesse em obedecer a Cristo no pastoreado. Mark Driscoll, pastor da mega-igreja Mars Hill Church, admite que antes de pastoreá-la, nunca tinha sido membro de uma igreja qualquer – e a sua conduta como “executivo e presidente” desta igreja demonstra esta falta de conformidade às escrituras.
O mandamento de Paulo em 2 Timóteo 2:2, “e o que de mim ouviste de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”, foi importantíssimo para a educação de Timóteo, de Atanásio, e de pastores fiéis até aos dias de hoje.
A obra do ministério e o seguir a Cristo requerem sacrifícios. Devido à perseguição do Império Romano e dos arianos, Atanásio jamais casou nem possuiu bens materiais. Mas dedicou-se inteiramente à defesa da verdade e a sua igreja. Gregório de Nazianzus, lembrando Atanásio e o seu ministério, nos diz:
"Alguns irão elogiá-lo por seus jejuns e orações; outros, por seu zelo em vigílias e salmodia; outros, pela sua ajuda aos necessitados; outros, por sua coragem perante os poderosos, ou a sua condescendência com os humildes... Ele era a consolação dos infelizes, o apoio àqueles de cabelos grisalhos, o instrutor de jovens, o recurso dos pobres, o mordomo dos ricos. Mesmo as viúvas louvarão o seu protetor; os órfãos, seu pai; até mesmo os pobres bendirão seu benfeitor; os viajantes e estrangeiros, o seu anfitrião; os irmãos, um homem de amor fraternal; os doentes, seu médico.”
Outra vez, no meio de um culto, soldados do império chegaram para levá-lo preso. Com a chegada dos soldados, os crentes presentes entraram em pânico. Atanásio se recusou a fugir até que teve a certeza que os membros de sua igreja tinham escapado e estavam salvos.
As religiões falsas – tais de Joel Osteen, do Papa Bento XVI e de Silas Malafaia – são religiões em que os pastores e líderes perseguem riquezas e confortos mundanos. Atanásio nos mostra que, assim como o Apóstolo Paulo, perseguição, sacrifício e sofrimento são realidades que devem ser abraçadas.
Ser fiel às Escrituras e a Deus requer defender proposições doutrinárias. John Piper nos lembra, em sua biografia de Atanásio, que, para ser fiel às Escrituras e amar a Cristo, devemos defender doutrinas proposicionais sobre Cristo. Hoje em dia, há muitos que rejeitam a necessidade de estruturas doutrinárias, preferindo apenas “crer na Bíblia”. Porém, o arianismo na época de Atanásio, e os testemunhas de Jeová de hoje, usaram e continuam a usar a Bíblia erradamente para defender e propagar suas doutrinas falsas.
Doutrina – tanto em geral (como o Calvinismo), quanto especificamente (como a doutrina de eleição ou da trindade) – é necessária para comunicar e ensinar verdades bíblicas. Ortodoxia doutrinária é uma função de diligência em estudar e entender a Bíblia. Atanásio escreveu comentários bíblicos e nos deu uma das primeiras formulações de Teologia Sistemática em sua defesa da divindade de Cristo. O raciocínio e a pedagogia, quando servos das Escrituras, são aliados poderosos – e apropriados – na luta contra a heresia.
Homens são falhos. Da vida de Atanásio também podemos aprender que homens são falhos. Por mais que Atanásio fosse fiel em defender a divindade de Cristo, foi ele que ajudou a popularizar a expressão “theotokos”, traduzido como “portadora de Deus” ou, menos literalmente, “mãe de Deus” referindo-se a Maria, mãe de Cristo. Embora saibamos que Atanásio não venerava Maria, seu uso casual desta frase e a sua falta de explorar este conceito biblicamente facilitou o desenvolvimento da mariologia e mariolatria, em tempos seguidos.
Homens são sempre falhos. Assim como Atanásio, e por mais que amamos a João Calvino por sua formulação doutrinária e defesa bíblica da soberania de Deus na salvação, reconhecemos que ele também era falho e imperfeito. Por mais que amamos (e devemos amar!) os nossos pastores, reconheceremos que eles são sempre humanos e falhos.
Em relação a isto, Atanásio estaria entre os primeiros a nos afirmar que apenas Cristo é perfeito.
Santo Atanásio, Bispo e Doutor da Igreja
Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. No ano de 325, deu-se o I Concílio Ecumênico, em Niceia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos, a qual fazia de Jesus uma criatura inferior a Deus Pai. Atanásio participou do Concílio na qualidade de assessor do seu bispo, embora fosse somente diácono na época.
O Arianismo foi condenado e deu-se a definição solene do Credo, o qual nós rezamos até hoje. A atuação de Atanásio foi primorosa tanto pela lucidez de sua doutrina quanto pela argumentação bíblica apresentada. Os erros dos arianos foram por ele refutados com tanto brilho, clareza e evidência, que causou admiração a todos.
Atanásio foi o sucessor do bispo de Alexandria, embora tivesse apenas 31 anos, e dirigiu a Igreja de Alexandria por 46 anos, período de muito sofrimento e perseguição. Os arianos não lhe deram descanso e, com o apoio do imperador, espalharam muitas calúnias contra Atanásio, que por cinco vezes teve de fugir de sua sede episcopal.
Refugiava-se no deserto onde conheceu e conviveu com o grande Santo Antão. Durante cinco anos ficou lá escondido, saindo somente à noite para dirigir sua igreja e consolar seus fiéis. Atanásio foi firme e inquebrantável com seus numerosos escritos. Manteve viva a fé no Verbo Encarnado.
Faleceu reconhecido por toda a Igreja, com 77 anos. E como reconhecimento de seu trabalho, fidelidade e fundamentais obras escritas para a Santa Igreja foi declarado Doutor da Igreja.
Santo Atanásio, rogai por nós!
Mais uma armação satânica. Um blog com feições de blog católico mas que ataca as tradições da Igreja, o que é anti bíblico, pois Jesus enviou sua Igreja para que ensinasse tudo o que ele havia prescrito, embora nem existisse e sequer mandou escrever o Novo Testamento (Mt 28, 17-20). As tradição, segundo a Bíblia, são também palavras de Deus (I Tss 2,13) e Somos recomendados a conservá-las (II Ts 2,15).
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