Santo Inácio de Antioquia – Quinta-feira 17/10/13
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos,
21agora, sem depender do regime da Lei, a justiça de Deus se manifestou, atestada pela Lei e pelos Profetas;
22justiça
de Deus essa, que se realiza mediante a fé em Jesus Cristo, para todos
os que têm a fé. Pois diante desta justiça não há distinção: 23todos
pecaram e estão privados da glória de Deus,
24e a justificação se dá gratuitamente, por sua graça, em virtude da redenção realizada em Jesus Cristo.
25Deus destinou Jesus Cristo a ser, por seu próprio
sangue, instrumento de expiação mediante a realidade da fé. Assim Deus
mostrou sua justiça em ter deixado sem castigo os pecados cometidos
outrora,
26no tempo de sua tolerância. Assim ainda ele
demonstra sua justiça no tempo presente, para ser ele mesmo justo, e
tornar justo aquele que vive a partir da fé em Jesus.
27Onde estaria, então, o direito de alguém se
gloriar? — Foi excluído. Por qual lei? Pela lei das obras? —
Absolutamente não, mas, sim, pela lei da fé.
28Com efeito, julgamos que o homem é justificado pela fé, sem a prática da Lei judaica.
29Acaso Deus é só dos judeus? Não é também Deus dos pagãos? Sim, é também Deus dos pagãos.
30Pois Deus é um só.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Responsório (Sl 129)
— No Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção!
— No Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção!
— Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!
— Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero.
— No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minh’alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora.
Evangelho (Luc 11,47-54)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo
+ segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse o Senhor:
47“Ai de vós, porque construís os túmulos dos profetas; no entanto, foram vossos pais que os mataram.
48Com isso, vós sois testemunhas e aprovais as obras de vossos pais, pois eles mataram os profetas e vós construís os túmulos.
49É por isso que a sabedoria de Deus afirmou: Eu lhes enviarei profetas e apóstolos, e eles matarão e perseguirão alguns deles,
50a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo,
51desde
o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e
o santuário. Sim, eu vos digo: serão pedidas contas disso a esta
geração.
52Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a
chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que
queriam entrar”.
53Quando Jesus saiu daí, os mestres da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos.
54Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa, por qualquer palavra que saísse de sua boca.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor
Nós continuamos, hoje, a meditar o debate de Jesus com os fariseus e
com os mestres da Lei. Mais uma vez, Jesus mostra a Sua dureza para com
esse grupo, também chamados de “fariseus” e, hoje, especificamente
olhando para os doutores da Lei.
Porque, como a Palavra diz, os fariseus e mestres da Lei são aqueles
que sabem tudo da Lei; julgavam, condenavam e olhavam os outros a partir
da sua própria interpretação. Por isso Jesus afirma que eles tinham a
chave da ciência.
“Ciência” é o que se entende como o conhecimento do bem e do mal, o
conhecimento do que é correto e do que é errado. Uma vez que eu tenho
essa ciência, este conhecimento, cabe a mim julgar, cabe a mim saber
quem está correto e quem não o está.
Santo Inácio de Antioquia
Neste dia deparamos com a fé ardente, doação completa e amor
singular ao Cristo do mártir Inácio, sucessor de São Pedro em Antioquia
da Síria, que desde a infância conviveu com a primeira geração dos
cristãos.
Como Bispo foi muito amado em Antioquia e no Oriente todo, pois
sua santidade brilhava, tanto que o prenderam devido a sua liderança na
religião cristã, durante o Império de Trajano, por volta do ano 107.
Chamado Teóforo – portador de Deus – Inácio, ao ser transportado
para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial poderiam
impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas
cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar,
escreveu em especial à Igreja Católica em Roma:
“Eu vos suplico, não
mostreis comigo uma caridade inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras,
pelas quais me será possível alcançar Deus, sou trigo de Deus e quero
ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser apresentado como pão puro
a Cristo. Escutai, antes, as feras, para que se convertam em meu
sepulcro e não deixem rasto do meu corpo. Então serei verdadeiro
discípulo de Cristo”.
Nesta mesma carta há uma preciosa afirmação sobre a presença de Cristo na Eucaristia:
“Não
encontro mais prazer no alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o
que desejo é o pão de Deus, este pão que é a carne de Cristo e, por
bebida, quero seu sangue, que é o amor incorruptível”.
Santo Inácio escreveu sete cartas: Epístola a Policarpo de
Esmirna, Epístola aos Efésios, Epístola aos Esmirniotas, Epístola aos
Filadélfos, Epístola aos Magnésios, Epístola aos Romanos, Epístola aos
Tralianos.
Santo Inácio foi, de fato, atirado às feras no Coliseu em Roma
no ano 107, e hoje intercede para que comecemos a ter a têmpera dos
mártires a fim de nos doarmos por amor.
Santo Inácio de Antioquia, rogai por nós!