Missa da Transfiguração do Senhor - Quarta-feira 06/08/2014

Primeira Leitura (Dan 7,9-10.13-14)
Leitura da Profecia de Daniel.
9Eu continuava olhando até que foram
colocados uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Sua
veste era branca como neve e os cabelos da cabeça, como lã pura; seu
trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa. 10Derramava-se
aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de
milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono; foi instalado o
tribunal e os livros foram abertos.
13Continuei insistindo na visão
noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho do
homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua
presença. 14Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e
todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno
que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
OU(escolhe-se uma das leituras)
Primeira Leitura (2Pd 1,16-19)
Leitura da Segunda Carta de São Pedro.
Caríssimos, 16não foi seguindo
fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas
oculares da sua majestade. 17Efetivamente, ele recebeu
honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória
se fez ouvir aquela voz que dizia: “Este é o meu Filho bem-amado, no
qual ponho o meu bem-querer”. 18Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele no monte Santo. 19E
assim se nos tornou ainda mais firme a palavra da profecia, que fazeis
bem em ter diante dos olhos, como lâmpada que brilha em lugar escuro,
até clarear o dia e levantar-se a estrela da manhã em vossos corações.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Responsório(Sl 96)
— Deus é Rei, é o Altíssimo, muito acima do universo.
— Deus é Rei, é o Altíssimo, muito acima do universo.
— Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas
numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apoia
na justiça e no direito.
— As montanhas se derretem como cera ante a face do
Senhor de toda a terra; e assim proclama o céu sua justiça, todos os
povos podem ver a sua glória.
— Porque vós sois o altíssimo, Senhor, muito acima do universo que criastes, e de muito superais todos os deuses.
Evangelho(Mt 17,1-9)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
No Evangelho de hoje Jesus leva consigo Pedro, Tiago e João jesus transfigura na frente deles mostrando o seu poder na presença de Deus.Aparece Moisés e Elias falando sobre o sofrimento que Jesus iria passar na queles dias

O Evangelho segundo S. Lucas destaca a ação do Espírito Santo e o sentido da oração no ministério de Cristo. Jesus ora antes dos momentos decisivos de sua missão: antes de o Pai dar testemunho dele por ocasião do Batismo e também antes da Transfiguração, e antes de realizar por sua Paixão o plano de amor do Pai.
O rosto e as vestes de Jesus tornam-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, e é importante notar que o evangelista destaca sobre o que eles falavam: “de sua partida que iria se consumar em Jerusalém” (Luc 9,31). Uma nuvem os cobre e uma voz do céu diz: “Este é o meu Filho, o Eleito; ouvi-o” (Luc 9,35). A nuvem e a luz são dois símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Desde as manifestações de Deus (teofanias) do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e durante a caminhada no deserto; com Salomão por ocasião da dedicação do Templo.

A rica liturgia bizantina assim reza na festa da Transfiguração: “Vós vos transfigurastes na montanha e, porquanto eram capazes, vossos discípulos contemplaram vossa Glória, Cristo Deus, para que, quando vos vissem crucificado, compreendessem que vossa Paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que vós sois verdadeiramente a irradiação do Pai.”
No limiar da vida pública de Jesus temos o seu Batismo; no limiar da Páscoa, temos a sua Transfiguração. Pelo Batismo de Jesus foi manifestado o mistério da primeira regeneração: o nosso Batismo; já a Transfiguração mostra a nossa própria ressurreição. Desde já participamos da Ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que age nos sacramentos da Igreja. A Transfiguração dá-nos um antegozo da vinda gloriosa do Cristo, como disse S. Paulo, ” Ele vai transfigurar nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso” (Fl 3,21). Mas ela nos lembra também que com Jesus “é preciso passarmos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus” (At 14,22). Por isso, como Cristo, o cristão não deve temer o sofrimento.
Unidos a Cristo pelo Batismo, já participamos realmente na vida celeste de Cristo ressuscitado, mas esta vida permanece “escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,3). “Com ele nos ressuscitou e fez-nos sentar nos céus, em Cristo Jesus” (Ef 2,6). Nutridos com seu Corpo na Eucaristia, já pertencemos ao Corpo de Cristo. Quando ressuscitarmos, no último dia, nós também seremos “manifestados com Ele cheios de glória” (Cl 3,3).
Santo Agostinho nos ensina que: “Pedro ainda não tinha compreendido isso ao desejar viver com Cristo sobre a Montanha. Ele reservou-te isto, Pedro, para depois da morte. Mas agora Ele mesmo diz: Desce para sofrer na terra, para servir na terra, para ser desprezado, crucificado na terra. A Vida desce para fazer-se matar; o Pão desce para ter fome; o Caminho desce para cansar-se da caminhada; a Fonte desce para ter sede; e tu recusas sofrer?” (Sermão 78,6).
Assim, pela Transfiguração Jesus preparou os discípulos para não se escandalizarem com a sua Paixão e morte na Cruz, o que para eles foi um trauma e um grande desafio; mostrou-lhes a Sua glória e divindade; e deu-lhes conhecer um antegozo do Céu. Mas para isso, como Ele, temos que passar pelas provações deste mundo, sempre ajudados pelas consolações de Deus.
É na comunhão com Deus que o rosto de Jesus é transfigurado e que
o Pai revela o Filho. A nuvem é símbolo da presença de Deus (Ex 16,10;
19,9; 24,15-16; 33,9). Dela sai a voz que interpreta a visão. A voz da
transfiguração é idêntica à do Batismo (Mt 3,17); ela evoca tanto o
Messias (Sl 2,7) como o servo de Deus (Is 42,1; 44,2). A intervenção de
Pedro cai no vazio, pois precipitada. A nuvem luminosa que os envolve é o
que os faz entrar na intimidade divina para conhecer o mistério de
Jesus a quem eles seguem. Esconderam o rosto e foram tomados de “medo”,
pois eles sabiam estar na presença de Deus; sabiam que ver Deus é morrer
(Jz 6,23; 13,22; Ex 33,20). Agora, Pedro e os outros dois podem
compreender que a verdadeira tenda, isto é, o lugar da habitação de
Deus, é Jesus, a quem eles são convidados a escutar, isto é, a aderir
incondicionalmente.
Na transfiguração a roupa de Jesus fica tão branca como a neve ,tão brilhante como o sol.
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