segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Litugia do dia e o santo dos padres

  Liturgia de São João Maria Vianney - Segunda-feira 04/08/14

Dia do padre 

"Dai-lhes vós mesmos de comer" http://img.cancaonova.com/cnimages/canais/uploads/sites/2/2013/08/sao-joao-maria-vianney.jpg                         Jesus alimenta o seu povo e dar de alimento a nós também ,porque ele é o pão descido do céu.

Primeira Leitura(Jr 28,1-17)


Leitura do Livro do Profeta Jeremias.
1Nesse mesmo ano, no início do reinado de Sedecias, rei de Judá, no quinto mês do quarto ano, disse-me o profeta Ananias, filho de Azur, profeta de Gabaon, na casa do Senhor e na presença dos sacerdotes e de todo o povo:
2“Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Quebrei o jugo do rei da Babilônia. 3Ainda dois anos e eu farei reconduzir a este lugar todos os vasos da casa do Senhor, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, tirou deste lugar e transferiu para a Babilônia. 4Também reconduzirei a este lugar Jeconias, filho de Joaquim e rei de Judá, juntamente com toda a massa de judeus desterrados para a Babilônia, diz o Senhor, pois eu quebro o jugo do rei da Babilônia”.
5Respondeu o profeta Jeremias ao profeta Ananias, na presença dos sacerdotes e de todo o povo que estava na casa do Senhor, 6dizendo: “Amém, assim permita o Senhor! Realize ele as palavras que profetizaste, trazendo de volta os vasos para a casa do Senhor e todos os deportados da Babilônia para esta terra.
7Ouve, porém, esta palavra que eu digo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo: 8Os profetas que existiram antigamente, antes de mim e antes de ti, profetizaram sobre guerras, aflições e peste para muitos povos e reinos poderosos; 9mas o profeta que profetiza paz, esse somente será reconhecido como profeta, que em verdade o Senhor enviou, quando sua palavra for verificada”.
10Então o profeta Ananias retirou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e quebrou-o; 11e disse Ananias, na presença de todo o povo: “Isto diz o Senhor: Deste modo quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, dentro de dois anos, livrando dele o pescoço de todos os povos”.
E foi-se pelo seu caminho o profeta Jeremias. 12Depois que o profeta Ananias havia retirado o jugo do pescoço do profeta Jeremias, dirigiu-se novamente a palavra do Senhor a Jeremias:
13“Vai dizer a Ananias: Isto diz o Senhor: Quebraste um jugo de madeira, mas em seu lugar farás um de ferro. 14Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Pus um jugo de ferro sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e lhe serão de fato submissas; além disso, dei-lhe também os animais do campo”.
15Disse ainda o profeta Jeremias ao profeta Ananias: “Ouve, Ananias, não foste enviado pelo Senhor, e contudo fizeste este povo confiar em mentiras. 16Isto diz o Senhor: Eis que te farei partir desta terra; morrerás este ano, pois pregaste a infidelidade contra o Senhor”. 17Naquele ano, no sétimo mês, morreu o profeta Ananias.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Responsório(Sl 118)
 
— Ensinai-me a fazer vossa vontade!
— Ensinai-me a fazer vossa vontade!
— Afastai-me do caminho da mentira e dai-me a vossa lei como um presente! Não retireis vossa verdade de meus lábios, pois eu confio em vossos justos julgamentos!
— Que se voltem para mim os que vos temem e conhecem, ó Senhor, vossa Aliança! Meu coração seja perfeito em vossa lei, e não serei, de modo algum, envergonhado!
— Espreitam-me os maus para perder-me, mas continuo sempre atento à vossa lei.
— De vossos julgamentos não me afasto, porque vós mesmo me ensinastes vossas leis.

Evangelho(Mt 14,13-21)
 
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
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Naquele tempo, 13quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus porém lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
 
 Jesus partiu de uma barca para se retirar a um lugar deserto, afastado, não porque Ele quer correr das pessoas e se afastar delas; pelo contrário, Ele quer ser o alimento para elas, por isso Ele se afasta para se alimentar e se saciar da presença e da comunhão com o Pai. Essa comunhão só acontece quando Jesus se retira para a solidão, para o deserto, para o monte, para o lugar da oração.
Se nós quisermos ser alimento uns para os outros, nós precisaremos primeiramente ser alimentados e saciados pelo Senhor. Para isso, nós precisamos muito dos momentos de oração, de espiritualidade, de retiro, de estar a sós com Deus para sermos saciados e para que, desse modo, possamos saciar os outros.
Jesus vê uma multidão sedenta, faminta, enferma, carente e é movido por uma profunda compaixão. Só quem entra no interior de si mesmo percebe suas próprias misérias e é capaz de ter também misericórdia e compaixão do sofrimento, da dor e da miséria alheios. Quem não se conhece não é capaz de conhecer ninguém, nem de amar e ajudar a quem mais necessita.
Jesus, por conhecer o Seu interior e o alimentar com a presença divina do Pai, vai também cuidar daquela multidão. Primeiro com o Pão da Palavra, a Palavra que consola, conforta, anima, orienta, direciona, cura, liberta e restaura. A Palavra que faz novas todas as coisas. É com essa Palavra que Jesus alimenta o Seu povo, é com essa mesma Palavra que precisamos nos alimentar e alimentarmos uns aos outros.
Com estes diálogos e o milagre que vai realizar, Jesus ensina também aos Seus discípulos a confiar nele perante as dificuldades que encontrarão nas suas futuras tarefas apostólicas. Aqui Jesus possui cinco pães e dois peixes. Ele entrará com o que falta.
Na vida cristã, também é assim, temos que nos dispor ao serviço do Senhor com o que temos, ainda que nos pareça pouco. O Senhor saberá multiplicar a eficácia desses meios.


São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes

Com admiração, alegramo-nos com a santidade de vida do patrono de todos os vigários, conhecido por Cura D’Ars. São João Maria Vianney nasceu em Dardilly, no ano de 1786, e enfrentou o difícil período em que a França foi abalada pela Revolução Napoleônica. Camponês de mente rude, proveniente de uma família simples e bem religiosa, percebia desde de cedo sua vocação ao sacerdócio, mas antes de sua consagração, chegou a ser um desertor do exército, pois não conseguia “acertar” o passo com o seu batalhão.
Ele era um cristão íntimo de Jesus Cristo, servo de Maria e de grande vida penitencial, tanto assim que, somente graças à vida de piedade é que conseguiu chegar ao sacerdócio, porque não acompanhava intelectualmente as exigências do estudo do Latim, Filosofia e Teologia da época (curiosamente começou a ler e escrever somente com 18 anos de idade).
João Maria Vianney, ajudado por um antigo e amigo vigário, conseguiu tornar-se sacerdote e aceitou ser pároco na pequena aldeia “pagã”, chamada Ars, onde o povo era dado aos cabarés, vícios, bebedeiras, bailes, trabalhos aos domingos e blasfêmias; tanto assim que suspirou o Santo: “Neste meio, tenho medo até de me perder”. Dentro da lógica da natureza vem o medo; mas da Graça, a coragem. Com o Rosário nas mãos, joelhos dobrados diante do Santíssimo, testemunho de vida, sede pela salvação de todos e enorme disponibilidade para catequizar, o santo não só atende ao povo local como também ao de fora no Sacramento da Reconciliação.
Dessa forma, consumiu-se durante 40 anos por causa dos demais (chegando a permanecer 18 horas dentro de um Confessionário alimentando-se de batata e pão). Portanto, São João Maria Vianney, que viveu até aos 73 anos, tornou-se para o povo não somente exemplo de progresso e construção de uma ferrovia – que servia para a visita dos peregrinos – mas principalmente, e antes de tudo, exemplo de santidade, de dedicação e perseverança na construção do caminho da salvação e progresso do Reino de Deus para uma multidão, pois, como padre teve tudo de homem e ao mesmo tempo tudo de Deus. 

João Batista Maria Vianney nasceu e foi batizado em 8 de maio de 1786. 

Desde a infância, manifestava uma forte inclinação à oração e um grande amor ao recolhimento. 

Muitas vezes era encontrado num canto da casa, jardim ou no estábulo, rezando, de joelhos, as orações que lhe tinham ensinado: o Pai-Nosso, a Ave-maria, etc. Os pais, principalmente a piedosa mãe, Maria Belusa, cultivavam no filho esse espírito de religião e de piedade.
 A França achava-se agitadíssima com os horrores da revolução e como os sacerdotes estivessem exilados ou encarcerados, não foi possível a João Vianney encontrar um mestre, que lhe desse algumas instruções sobre as ciências elementares. Era natural, pois, que passasse a mocidade entregue aos trabalhos do campo. Entretanto João continuava as práticas de piedade com todo fervor e o pecado era para ele coisa conhecida só de nome. Fez a primeira Comunhão numa granja, sendo que a perseguição religiosa não permitia o culto público nas igrejas.

Amainado o temporal da revolução, Vianney achou um grande amigo e protetor, na pessoa do Padre M. Balley, vigário de Ecully, que descobrira na alma de João qualidades superiores, que deviam ser aproveitadas e cultivadas, para a maior glória de Deus. 

Se era grande o fervor, admirável a virtude do jovem Vianney, se melhor mestre não podia haver do que o Padre Balley, tudo parecia desfazer-se diante de uma barreira, que se levantava insuportável: a falta de inteligência do estudante.


Não fora a persistência imperturbável do santo sacerdote, Vianney teria desanimado, diante das dificuldades, que se lhe afiguravam invencíveis. 

Com as orações e a caridade redobrada que dispensava aos pobres, Vianney alcançou a graça de poder continuar os estudos com algum proveito. 

Quando estava prestes a ser recebido no seminário, veio-lhe ordem de apresentar-se à autoridade militar de Bayonne. Foram baldados os esforços do Padre Balley para obter isenção do serviço militar, para o protegido e pareciam aniquiladas de vez todas as esperanças. Vianney, caiu doente e passou quatorze meses nos hospitais de Lyon e de Roanne.
Passado esse tempo, ninguém mais se lembrou dele para o serviço militar e só assim pode matricular-se no pequeno Seminário de Verrières e mais tarde no grande Seminário de Santo Irineu. Mestres e alunos eram unânimes em conceder a Vianney a palma quanto à virtude e santidade entre os condiscípulos. O preparo intelectual do jovem, porém, era tão deficiente, que os mestres não se viram com coragem de apresentá-lo para a ordenação.

O vigário geral do Cardeal Fesch, Mons. Courbon, que em última instância devia decidir a questão, deu consentimento para que Vianney fosse admitido ao sacerdócio e o jovem, teólogo recebeu as santas Ordens a 9 de agosto de 1815. Vianney, contava já 29 anos.
Os primeiros três anos do sacerdócio passou-os na companhia e sob a direção do primeiro mestre e amigo, Padre Balley. Este faleceu e a Cúria episcopal nomeou Vianney Cura d’Ars. O novo campo de ação era o mais ingrato possível. Ars era um lugar sem religião. A Igreja deserta, os sacramentos não eram frequentados, o trabalho no domingo, a frequência de bailes e cabarés estavam na ordem do dia. Vianney, vendo o estado das coisas, teve ímpetos de abandonar tudo. “Que vou fazer aqui?” – exclamou. – Neste meio nada farei e tenho medo até de perder-me”. 


Mas logo o seu zelo se lhe reanimou. Fixou residência na matriz e sua primeira ocupação era rezar pela conversão dos paroquianos. Desde a manhã à noite, com pequenas interrupções, ficava de joelhos diante do altar do Santíssimo Sacramento. As frugalíssimas refeições ele mesmo as preparava.

 Vianney possuía um grande amor ao Santíssimo Sacramento.Este amor, este fogo se manifestava nas visitas que fazia a Jesus na Eucaristia, nas alocuções e principalmente na Santa Missa. Quem o via celebrar, tinha a impressão do celebrante ver o próprio Nosso Senhor.
Depois começou a procurar as famílias. 

Nas visitas lhes falava de Deus, dos Santos, das coisas da religião. 

Se bem que a maior parte não lhe ligasse importância, um ou outro reparava na batina rota e velha, na modéstia e piedade, no aspecto austero e mortificado do vigário. Pouco a pouco o povo ficou conhecendo o pároco, cujas orações e mais ainda o exemplo, acabaram por franquear-lhe o caminho aos corações de todos. Alguns começaram a freqüentar a santa Missa.
O número daqueles que acompanhavam o piedoso Cura na recitação do rosário, todas as tardes, crescia de dia para dia e depois de algum tempo, o Santíssimo não ficava nenhuma hora durante o dia, sem adorador. A Comunhão freqüente foi pelo Santo Cura introduzida na paróquia, com muita felicidade. Para as senhoras se fundou a Confraria do Rosário e para os homens a Irmandade do Santíssimo Sacramento.

Tendo assim elevado a certa altura a vida religiosa na paróquia, Vianney passou a combater os abusos. O zelo de pastor dirigiu-se principalmente contra os cabarés, as danças e a profanação do domingo. Sem recorrer a meios rigorosos e ameaças, fazendo, pelo contrário, prevalecer a caridade, Vianney conseguiu que um cabaré após outro, se fechasse.

Quanto à dança, os espíritos se dividiram em duas correntes: uma a favor da campanha do vigário e outra contra. Veio a festa de São Sixto, padroeiro do lugar. O baile fazia parte integrante do programa dos festejos profanos. Fizeram-se os convites do costume. Mas a decepção dos moços foi grande, quando à hora do baile, nenhuma moça lá apareceu. E o baile não se realizou.

Restava ainda restabelecer o domingo, em toda a sua dignidade. Tão frequentes, tão insistentes e persuasivas eram as exortações do vigário, a respeito do trabalho no domingo, que determinaram mudança completa no pensamento do povo, que em seguida, passou a observar, com todo o rigor, o descanso dominical. São João Maria Vianney, rogai por nós!

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