terça-feira, 29 de abril de 2014

LITURGIA DO DIA SANTA CATARINA DE SENA

Santa Catarina de Sena – Terça-feira 29/04/2014

Primeira Leitura (At 4,32-37)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.
32A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum.
33Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos. 34Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas, vendiam-nas, levavam o dinheiro, 35e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um.
36José, chamado pelos apóstolos de Barnabé, que significa filho da consolação, levita e natural de Chipre, 37possuía um campo. Vendeu e foi depositar o dinheiro aos pés dos apóstolos.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Responsório (Sl 92)

— Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.
— Reina o Senhor, revestiu-se de esplendor.

— Deus é Rei e se vestiu de majestade, revestiu-se de poder e de esplendor!
— Vós firmastes o universo inabalável, vós firmastes vosso trono desde a origem, desde sempre, ó Senhor, vós existis!
— Verdadeiros são os vossos testemunhos, refulge a santidade em vossa casa, pelos séculos dos séculos, Senhor!

Evangelho (Jo 3,7b-15)


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: 7b“Vós deveis nascer do alto. 8O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”.
9Nicodemos perguntou: “Co­mo é que isso pode acontecer?” 10Respondeu-lhe Jesus: “Tu és mestre em Israel, mas não sabes estas coisas? 11Em verdade, em verdade, te digo, nós falamos daquilo que sabemos e damos testemunho daquilo que temos visto, mas vós não aceitais o nosso testemunho. 12Se não acre­ditais, quando vos falo das coisas da terra, como acreditareis se vos falar das coisas do céu? 13E ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. 14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Aquele que vê com os olhos de Deus, vê além até o que não consegue enxergar, porque permite que o Senhor conduza seus passos!
”Vós deveis nascer do alto. O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito” (João 3, 7b-8).

Continuando a conversa de Jesus com Nicodemos, aquele homem tão sábio, aquele mestre da Lei de Deus e chefe judaico, o Senhor lhe mostra em que consiste nascer do alto. Nascer do alto significa ter uma vida conduzida pelo Espírito de Deus, deixar que este vento maravilhoso, este sopro maravilhoso, que é o vento de Deus, o sobro de Deus, conduza nossos passos, oriente nossa vida e dê direção àquilo que nós fazemos. Porque o vento é assim, ele vem, sobra de um lado, depois vai para o outro e depois desaparece e segue a sua direção.
O homem e a mulher que nasceram de Deus são conduzidos por Ele, são direcionados por Deus e iluminados pela graça que vem do alto, eles não projetam a sua vida ou não fazem sua vida somente segundo raciocínios humanos, segundo seus cálculos, seus planejamentos. Eles se deixam moldar por Deus, se deixam refazer por Deus, se deixam recomeçar a cada dia e ser remodelados a cada momento.
O homem que nasce do alto não leva em consideração as mágoas passadas, os ressentimentos acumulados, pelo contrário, ele permite que este vento maravilhoso, vindo do Alto, sopre com força na mente, no coração e no espírito dele e remova tudo aquilo que não é de Deus, tudo aquilo que está pesado, passado e ultrapassado em sua vida. Nós, muitas vezes, ficamos presos a coisas que não constroem  nem edificam a nossa vida.
Nós, muitas vezes, deixamos a nossa vida atolada em um passado medíocre, porque ficamos machucados, cicatrizados com as ofensas que recebemos e não permitimos que o bálsamo do Espírito cicatrize todas as coisas, dê uma direção nova e um sabor novo à nossa vida. Dessa firma, ficamos presos à nossa mesquinhez, à nossa forma, muitas vezes, muito mesquinha de pensar a vida e de querer ver a vida só com os nossos olhos.
Aquele que vê com os olhos de Deus, vê além até o que não consegue enxergar, porque permite que o Senhor conduza seus passos. Que hoje renasçamos da água e do Espírito para experimentarmos os prodígios de Deus em nossa vida!
Assim como Nicodemos encontrou JESUS


29 de Abril - Santa Catarina de Sena

Catarina era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana. Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio. Nasceu em 25 de março de 1347, em Sena, na Itália. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve. Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado. Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo.

Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus. Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar. Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude. Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.

Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma. Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas.

Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população europeia. Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos. Estava à frente, muitos séculos, dos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente.

Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje. Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970. 
 
 

" Inebriai-vos no Sangue de Cristo."


" Em nome de Jesus de Cristo crucificado e da bondosa Maria, caríssimo filho no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos do de Jesus Cristo, vos escrevo no seu Precioso Sangue, desejosa de ver-vos bondoso e justo, para a realização da gloria divina e do vosso desejo bom, conforme vos foi dado por Deus na sua misericórdia... Tudo isso acontece na cela do coração, na cela do conhecimento da presença de Deus em si. Ali se julga o próximo com a medida que a alma quer ser julgada ; purifica-se da mancha do pecado no sangue de Cristo, pela confissão ; alimenta-se com o Corpo e o Sangue de  Jesus Cristo, no sacramento (da Eucaristia), em conformidade com a obrigação de cada fiel, pelo menos uma vez por ano.
   Quem deseja comungar mais vezes, pode faze-lo. Menos, não. Ninguém por motivo algum, seja ele justo ou pecador, pode deixar a comunhão.
    Se algum pecador, não estiver em boas disposições, disponha-se. Se for justo, não deixe de comungar por humildade, dizendo : " não sou digno de tao grande mistério. Quando ficar digno comungarei."
    Não se deve agir assim. Ninguém jamais, deve pensar que e digno de comungar mediante as próprias forças. No dia que pensasse isso, por tal motivo já seria indigno, pois estaria envolvendo sua soberba com o manto da humildade.
    Somente Deus e capaz de tornar-nos dignos. E pela sua dignidade que comungamos. Há duas maneiras de comungar : exteriormente ( na hóstia ) e espiritualmente, pelo santo e ardente desejo.
    Este desejo deve existir não apenas no momento da comunhão (exterior ), mas em todo o tempo e lugar, como um alimento que produz a vida da graça na alma.
    Correi,  pois,  corramos todos nos fieis cristãos católicos ao perfume desse sangue, inflamados e consumidos pela divina caridade. Seremos uma só coisa com Deus.
    Comportemo-nos como o bêbado, que não pensa em si mesmo, mas apenas no vinho que já bebeu e resta beber " Inebriai-vos no sangue de Cristo. Tendo-o diante de vos não morrais de sede.
         "Santa Catarina de Sena."
 

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